sábado, 11 de outubro de 2008

Quem era o Rex? Era um personagem que emprestava seu sopro de vida a oito artistas.


Uma das coisas mais interessantes que aconteceu na História da Arte Brasileira, e se nos esquecermos do senso de inferioridade típico de qualquer brasileiro colocaríamos na História da Arte Mundial, foi o Grupo Rex. O grupo era formado por Carlos Farjado, Frederico Nasser, Geraldo de Barros, José Resende, Nelson Leirner e Wesley Duke Lee. Começou em junho de 66 e acabou em maio de 67. Era um grupo que se preocupava em criticar acidamente todo o sistema vigente da arte da época, desde a posição dos críticos até a arte sendo tratada como marcadoria, passando pelas glamorosas bienais de arte. Mas tudo isso com um humor impagável que com certeza fazia arrepiar os pelinhos do braço de qualquer teórico respeitado. Dentro desse contexto, nasceu a Rex Gallery and Sons, uma galeria que abrigou cinco exposições do grupo onde cada uma delas vinha acompanhada de um jornal informativo, o Rex Time. Como já disse, o grupo acabou em 1967 e acredito que esse fim foi o mais incrível da história da arte: O grande Nelson Leirner realizou uma exposição intitulada "Exposição Não-Exposição" onde seus quadros estavam disponíveis para quem quisesse levá-los pra casa, mas antes disso, os candidatos a colecionadores tinham que superar alguns obstáculos até chegar aos quadros que estavam, por sua vez, acorrentados nas paredes. A exposição durou apenas 8 minutos e já no nono minuto podia se ver pessoas vendendo legítimos Nelson Leirners em frente a uma depredada, mas já eterna galeria.
Quero colocar aqui o Regulamento Rex, para que vocês entendam melhor o espírito do grupo:

"Regulamento Rex

O grupo Rex intuindo o declínio da Pataphísica publica o seu Regulamento (Regulamento este que deve ser considerado como: bem flexível)

1. Laizer – Passer (não fura a bhola).

2. Laizer - Faire (deixa a gente jogar).

3. Acreditar piamente na imortalidade da Alma (por uma questão de conforto).

4. Acatar a autoridade constituída (a unidade Rex).

5. Manter o Bom-Humor a todo pano (...o Bom-Humor nosso, não o dos outros).

6. A Pena e a Espada dominam o mundo, a Vaselina supera as duas.

7. Eu sou um cavalo velho, que venho de todas as guerras e batalhas, e não estou ligando para nada.

8. Nós vemos tudo, ouvimos tudo, falamos tudo e eles não vêem nada, não ouvem nada, e não dizem nada (a não ser o que todo mundo sabe).

9. A vida é feita de detalhes (ou nuances, como queira).

10. Uma coisa puxa a outra.

11. Toda Guerra é uma festa, toda Festa é uma guerra.

12. Quando todos estão brincando, nós estamos trabalhando, e quando todos estão trabalhando, nós estamos dormindo!

13. Nada se cria, nada se perde, e dá tudo sempre na mesma, e vamos acabar com essa conversa, seu convencido! "

Os meus preferidos são o 5 e 12.

sábado, 9 de agosto de 2008

No entre-safra


Pensei que tinha abandonado a vida de blogueiro, mas não é verdade. Faz exatamente 5 meses e 1 dia que postei pela última vez, mas é como se diz: "antes tarde do que nunca". Minha amiga Adeline definiu genialmente o período em que estou atravessando, ela disse que estou num período de entre-safra. É verdade. Os cinco anos da faculdade acabaram e os infinitos anos da vida realmente adulta começaram. É um pouco estranho, mas é legal. Acordo cedo todo dia, trabalho o dia todo, chego em casa, vejo tv, leio um pouquinho e vo dormir. Mas tô gostando, é como eu sempre digo: cabeça vazia, morada do diabo. Trabalhar enobrece o homem.
Gostaria de saber agora o que o futuro me reserva, sempre quis isso, desde de criança ficava me imaginando como estaria daqui a 10 anos, os anos se passaram e nao fiquei nenhum um pouco surpreso, mas ainda quero saber como estarei daqui a 10 anos, só pra nao perder o costume.
Com certeza 2008 é um divisor de águas. Tudo será dividido em antes e depois de 2008.
Estou pintando uma camiseta do filme "Tudo sobre minha mãe", a Agrado (uma personagem maravilhosa do filme) disse em uma cena, não menos maravilhosa, que custa caro ser autêntico, e que você só é autêntico quando fica mais parecido com aquilo que você sempre sonhou ser. Acho que tô caminhando para me tornar o que sempre sonhei pra mim, isso me deixa orgulhoso. Tenho orgulho de ter todos os meus amigos, mesmo eu estando longe deles.
A vida é engraçada mesmo.
Pra finalizar um relatório do que estou fazendo nesses dias: pintando uma camiseta, pensando em produzir livros de artista, tomando cerveja, ouvindo blondie, baixando filmes de terror trash, fazendo friacassê para a família, vendo a favorita, fui no cinema e vi wall-e, é lindo, não tem como não se identificar.
Minha co-orientadora da monografia falava que eu escrevia como se estivesse conversando sozinho, que mudava de assunto bruscamente e não conseguia finalizar os capítulos, mas pô, acho isso tão legal.

domingo, 9 de março de 2008

Não sei o que tá acontecendo



Só sei que esse negócio aqui dentro de mim tá agindo estranho.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Backing to a new horizon


Esses dias fui com o meu irmão no supermercado comprar cervejas. Existem dois caminhos pra se ir até lá. Um é descendo dois quarteirões direto e sair já na avenida do mercado e andar mais três quarteirões e o outro é virar sempre na primeira esquina que aparece e fazer um caminho que se assemelha a uma escadinha até chegar no quarteirão do mercado desejado e comprar as mais desejadas ainda cervejas. Meu irmão gosta de ir direto (sem escadinha), eu gosto da escadinha. Ele me perguntou por que não gosto de ir direto, confesso que ele me pegou de surpresa e inventei que gostava por que o caminho de escadinha é mais arborizado. Inventei por que como sempre tenho que mostar aos outros que sei o que estou fazendo, mesmo não sabendo. Para meu alívio, ele se contentou com a resposta, mas isso somente até chegarmos na primeira esquina onde ele constatou que o caminho direto era mais (bem mais) arborizado que o da escadinha, eu não disse nada, só fiquei pensando por que gostava da escadinha. Descobri que não planejo muito o futuro e que consequentemente não visualizo minhas possibilidades mais distantes, prefiro dividir tudo em etapas e me projetar somente no fim de cada uma delas e não no caminho todo que tenho percorrer. Foi isso que aconteceu com a minha vida esses dias, uma etapa (talvez a melhor de todas, como afirma o senso comum e as progandas de um cursinho pré-vestibular) acabou e voltei pra casa. Voltei pra casa limpa, pra casa mobiliada, pra minha família, pra internet, pras festas de aniversários de priminhos, pra fim de semanas sem sair, pra cinema com filme ruim, pra cidade sem show legal, pra ficar sem amigos, pra morar em um lugar tranquilo, pra comer bem, pra brincar com meus sobrinhos, pra ouvir as histórias do meu pai, pra ver filme com meu irmão, pra conversar com minha irmã, pra rir com a minha mãe, pra ir no barreiro, pra esperar as pessoas entrar no msn e principalmente pra concluir a próxima etapa que se apresenta.
É engraçado por que chorei pra ir e chorei pra voltar, mas tudo tem seu por quê, não sei muito bem quais são esses por quês não, pero que los hay, los hay.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Coleção de coisas impalpáveis


Quando era criança, umas das coisas que mais gostava de fazer era colecionar. Colecionava principalmente as figurinhas de albuns. Achava legal, por que tinha todo um lance de arrumar grana, pedir pra mamãe, ou quem sabe até fazer algum favor pra vizinha pra ela me da um trocado pra finalmente comprar o pacotinho com três figurinhas e torcer pra nenhuma delas vir repetida. Agora com essa vida agitada de um adulto, ficava procurando algo interessante pra colecionar, algo que condizia principalmente com minha idade. Durante muito tempo fiquei atrás disso até perceber que sempre colecionei, mas o que me chama a atenção é que agora me interesso por somente aquilo que não existe concretamente, que vão desde de lembranças a imagens encontradas na internet, não basta ter a foto física, é preciso passá-la pro computador. Aqui então apresento a minha coleção de palavras, não são palavras quaisquer, são palavras que se relacionam de algum modo com que passei nos conturbados últimos meses da minha vida. Com certeza, nenhum de vocês vai ler a lista completa, mas isso não importa. O que importa é que as palavras já não existem somente como tinta num caderno, lá eu posso tocar nelas, aqui não:

óculos
cadeira
mesa
lápis
pasta de dente
sapato
desodorante
caneta
perfume
matriz
controle remoto
colar
banco
caderno
toco
orkut
telefone
celular
crédito
dinheiro
toque
pincel
cola
tesoura
suco
refrigerante
cerveja
cigarro
montanha russa
macarrão
strogonoff
travesseiro
papel
televisão
youtube
argan
forma
ganso
penas
xerox

cabeça
lâmpada
maçã
sexo
língua
edredon
livro
prédio
computador
domingo sem fantástico
alessandra negrini
sofá
lasanha
prestígio
coco ralado
cineasta
bolo
médico
sol
cama
sobrinhos
faculdade
cinema
beijo
arte
pescoço
mouse
lençol
laranja
azul
relógio
salgadinho
estudo
milho
300 reais
boca
fósforo
dvd
liquidificador
cheiro
parágrafo
peixe
banho frio
sorvete
retroprojetor
vídeo-cassete
dor de cabeça
cubos suínos
home theater
estampa
peito
azeite
tamarindo
suor
laboratório
emule
ele
orelhão
xampu
iogurte
calcanhar
orelha
cor
cd
outro
abatedouro
dedo
transtorno
colchão
banana
cachorra
tranparência
revolver
fogão
dança
gaveta
melancia
blog
briga
angústia
rodo
chuva
fotografia
mochila
cabelo liso
pele macia
música
escola
chedar
pai
futebol
cio
ciúmes
fala
condicionador
catupiry
distúrbio do sono
remédio
vassoura

creme
frango
luzes
nozes
mp3
brinde
geladeira
estilete
humor
camiseta
mãe
pernil
revista
vestido
faca
enchente
tênis
calor
filme
escuro
mulher
catálogo
afeto
faculdade
blusa
panetone
vela
ornitorrinco
inveja
noite
cartão de crédito
irmão
johnny depp
castanha do pará
camisinha
carro
serigrafia
sonho de valsa
exemplo
soul seek
calça jeans
bola de basquete
irmã
tom cruise
novela
personagem
lua
msn
stencil
scarlett johansson
linha
samba
artista
aula

domingo, 23 de dezembro de 2007

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Já posso morrer: Vi o Death Proof

Se passaram meses de espera e finalmente ví o ultimo filme do Tarantino: Death Proof.
Fiquei algum tempo pensando em como seria uma crítica minha sobre o filme e cheguei a conclusão que a crítica seria mais ou menos assim:
"Sem Palavras".